Por que fadigamos nas corridas?
A fadiga durante a corrida ocorre devido a vários fatores, sendo os principais:
- Diminuição ou esgotamento do glicogênio muscular;
- Desidratação;
- Acúmulo de ácido lático;
- Diminuição de eletrólitos;
Glicogênio Muscular
O glicogênio é a principal fonte de energia para os músculos durante a atividade física. Quando os estoques de glicogênio se esgotam, o corpo é forçado a utilizar gordura como combustível. Este processo é menos eficiente e mais lento, resultando em uma sensação de cansaço e diminuição do desempenho. Além disso, sem glicogênio suficiente, os músculos ficam incapazes de contrair-se de maneira eficaz, contribuindo para uma maior sensação de fadiga durante o exercício.
Desidratação
A desidratação é um dos principais fatores que contribuem para a fadiga durante a corrida. Quando o corpo perde uma quantidade significativa de líquido através do suor, a regulação da temperatura corporal torna-se ineficaz. A desidratação afeta negativamente o volume sanguíneo, resultando em uma menor capacidade do coração de bombear sangue oxigenado para os músculos em atividade. Isso causa uma diminuição no desempenho atlético e uma sensação aumentada de esforço.
Além disso, a desidratação pode levar à redução da função muscular, pois a água é essencial para a contração muscular adequada e para a condução de impulsos nervosos. Quando os músculos não recebem oxigênio e nutrientes suficientes, devido ao fluxo sanguíneo reduzido, eles não conseguem manter a mesma intensidade de trabalho, resultando em cansaço precoce e maior propensão a cãibras.
Para evitar a fadiga provocada pela desidratação, é fundamental que os corredores mantenham uma ingestão adequada de líquidos antes, durante e após a corrida. O consumo regular de água e bebidas isotônicas pode ajudar a manter o equilíbrio hídrico e a reposição de eletrólitos essenciais, minimizando os efeitos negativos da desidratação no desempenho físico.
Acúmulo de Ácido Lático
Este acúmulo ocorre quando a intensidade do exercício ultrapassa a capacidade do corpo de fornecer oxigênio suficiente para a produção de energia, forçando os músculos a recorrerem a processos anaeróbicos, como a glicólise.
Na glicólise anaeróbica, a glicose é convertida em energia (ATP) sem a utilização de oxigênio, resultando na produção de ácido lático como subproduto. À medida que a intensidade do exercício aumenta, mais fibras musculares rápidas, conhecidas como fibras tipo II, são recrutadas. Estas fibras são eficientes na produção rápida de energia, mas também geram quantidades maiores de ácido lático.
Quando o ácido lático se acumula mais rapidamente do que pode ser removido pelo corpo, sua concentração no sangue aumenta, levando à sensação de queimação nos músculos e, eventualmente, à fadiga muscular. Isso limita a capacidade do corredor de manter altas intensidades por longos períodos. Contudo, através de um treinamento apropriado, é possível elevar o limiar de lactato, permitindo ao corredor sustentar intensidades elevadas por mais tempo antes que a fadiga se instale.
Diminuição de Eletrólitos
Os eletrólitos são essenciais para a condução de impulsos nervosos, a contração muscular e a regulação do equilíbrio hídrico. Os principais eletrólitos incluem sódio, potássio, cálcio e magnésio, e suas concentrações adequadas são fundamentais para o funcionamento normal dos músculos e do sistema nervoso.
Durante exercícios intensos, a perda de eletrólitos através do suor pode provocar desequilíbrios que afetam a performance atlética. A diminuição de sódio, por exemplo, pode levar a cãibras musculares, enquanto níveis baixos de potássio podem causar fraqueza e fadiga muscular. O cálcio é crucial para a contração muscular, e o magnésio participa na produção de energia. Sem a reposição adequada desses eletrólitos, o corpo não consegue manter a performance, resultando em fadiga precoce e diminuição da resistência.
Para evitar esses efeitos, é importante que os corredores mantenham a hidratação adequada e reponham os eletrólitos perdidos, especialmente durante treinos prolongados ou em condições de calor extremo. Bebidas esportivas e alimentos ricos em eletrólitos podem ajudar a restaurar o equilíbrio e melhorar o desempenho.
5 ações para evitar a fadiga:
- Manter uma alimentação balanceada rica em carboidratos complexos antes dos treinos e competições.
- Hidratar-se adequadamente antes, durante e após a corrida.
- Consumir carboidratos simples durante provas longas para repor rapidamente os níveis de energia.
- Usar suplementos eletrolíticos para repor os minerais perdidos pelo suor.
- Treinar de forma progressiva para aumentar a resistência e a capacidade aeróbica do corpo.
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